segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Eis Ícaro Zíngaro!!! (e mais um trecho de brinde)



Magnfíco, não??
Dentre todos as ilustras que o Leo tem me enviado (oficiais do livro), está é a minha predileta, até agora.
Certamente que o ilustrador se superou aqui, além do que eu esperava. Ícaro Zíngaro, o corujeiro (um tipo de 'homem-pássaro' de Necrópolis) é um dos personagens pelo o qual eu tenho mais apreço e até alguns fãs, de outras datas...

O background do personagem é bem bacana e acho que muitos vão curtir, ou assim espero. ;)

A obra tem fluído de forma magnífica esses dias. Estou muito satisfeito com os resultados.
E uma NOVIDADE: Necrópolis vai virar RPG também, pra quem curte! O sistema será o D20 e está sendo feito por um cara que entende do assunto e já está adiantando o livro, que provavelmente será lançado após o romance. Ele me pediu pra não revelá-lo de imediato por outros motivos e vou respeitar.
Outra NOVIDADE: o site de NP já começou a ser feito também. Tive uma longa reunião com meu amigo Romeu (o webdesigner) na última sexta e acertamos os últimos conceitos. Imagino que muitos de vocês venham a se surpreender com as surpresas e seções que criei para a home. Aguardem!! ;)
E a trilha sonora feita pela Ísis segue muito bem também, obrigado. :D

Agora um trechinho (ou melhor, trechão) do capítulo 12:
[...]
A primeira vez que Verne as notou foi de forma sutil. Primeiro alguns grãos de areia escorreram através de seus pés. Depois um pedaço de terra se rachou, a sua frente. Por fim, muitas dunas próximas se deslocaram. Eram as criaturas antigas caminhando, cada passo um tremor. Fortes como nunca.
Verne se apavorou, mas em momento algum olhou para os lados, porque viu que elas estavam lá. O seguiam. Estavam caçando-o. E ele sabia disso.
Sabia também que não adiantava sair correndo ou ficar parado, porque seria presa fácil, de uma forma ou de outra. Andando, imaginava ele, poderia passar um ar de destemido ou de indiferença. A verdade é que o jovem Vipero não sabia o que fazer. Então caminhou, calor, depois frio. Mas era do medo. E vastidão azulada. Ao redor, criaturas sedentas cochichavam algo que ele queria ouvir.
O grito de susto foi inevitável quando uma das criaturas postou-se a sua frente, há poucos metros de distância, olhar róseo, feroz e postura imponente. Igual a um leão, só que com o dobro do tamanho, a juba ia para todos os lados, majestosa, pelugem negra, toda escura, sem brechas para outras cores. Um leão negro e enorme. Era um
virleono.
[...]

Aguardo comentários aqui ou na comu, ok.
Grato.
Fui

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Um duende... e um Trecho!



Duendes nas palavras de Elói a Verne: "- Criaturas terríveis que habitam Necrópolis! Eles proliferam como insetos e atacam em bandos. Numa batalha, são como gafanhotos num milharal!"

Realmente essas criaturas vão dar uma certa dor de cabeça ao nosso protagonsita no começo da trama e também no decorrer dela.
Acima, uma imagem do que serão os duendes, feitas por Leo Nankin!


Abaixo, um trecho inédito do 11º capítulo, da segunda parte do primeiro livro:
[...]
Era como uma queda infinita no vazio, na escuridão. Amargura, solidão e desespero se tornavam um sentimento só. A queda foi suave. Pode ter sido uma queda, mas pode ter sido outra coisa também. Ao abrir as pálpebras, os olhos de Verne arderam como nunca antes e se dilatam de forma assustadora. O ar retorna aos seus pulmões segundos depois, num fôlego denso. Dor de cabeça e mal estar por todo o corpo. Forte odor de enxofre e grande aperto no coração. O jovem Vipero não resistiu e vomitou num canto do rochedo que se descobriu. Acima, um arco de metal enferrujado onde estava grafado “Necrópolis” numa língua que ele podia compreender, por mais que não tenha a reconhecido de imediato. Ao redor, neblina e água. Muita água. E toda negra.
A roupa que vestia era a mesma. Ali estava sua calça, tênis e a blusa com capuz. Na boca, sentia o gosto amargo da rainha-da-noite-brumária, mais forte do que antes. Em seu bolso, o saquinho que recebeu de Elói.
Dentre a neblina a sua frente, Verne nota uma figura assustadora. Um vulto revela, pouco a pouco, a silhueta de um ser encapuzado, aparência cadavérica e enorme. Conduzia um barco fino e comprido de aspecto bizarro, com seu remo gigante. Era o Barqueiro. E vinha em sua direção.
[...]

Espero que tenham gostado.
Aguardo por comentários e desde já agradeço aos últimos que postaram por aqui.
Valeu pelo apoio, todos vocês!

Fiquem de olho, porque durante essa e outras semanas, vou postar mais novidades aqui, ok.
Fui

domingo, 11 de novembro de 2007

Karolina Kirsanoff !!!



Alguém aí conhece Karolina Kirsanoff??
Mercenária e grande Caçadora de Recompensas, ela faz sua estréia na segunda parte do volume um de A Travessia da Fronteira das Almas.

Ruiva, bela e sensual, Karol é uma personagem de curvas perigosas e intenções desconhecidas, que se une a Verne na busca pelo irmão.
Ela está sempre acompanhada de dois outros servos-mercenários (Noah e Joshua - logo também com suas ilustras) sobre seu veículo peculiar, o Planador Escarlate (em breve estudos dele).

O Leo Nankin, grande ilustrador contratado para enriquecer os abres de cada capítulo do livro, tem se dedicado diariamente nos estudos de imagens dos personagens, com material de referência e também sobre o texto da obra.
Essas ilustras que vou postar durante as semanas, são os estudos que ele tem feito de cada personagem, cenário, veículo, criatura e objeto de Necrópolis.

Alguns já estão finalizados e definidos, enquanto outros ainda estão sendo concluídos. O Leo é um dos mais excelentes ilustradores que eu conheci e tem feito um trabalho primoroso. Vocês ainda ouvirão falar mais a respeito dele, em breve.

Logo, mais imagens.
Enquanto isso, contemplem o que é Karolina Kirsanoff.

Fui

sábado, 10 de novembro de 2007

Novos Teasers-Pôster liberados





Mais três imagens oficiais foram liberadas.
E como pode ser visto, o logo da editora já aparece em duas das imagens.
Espero que gostem. Já dá pra colocar como papel de parede.

domingo, 28 de outubro de 2007

Trechos do Capítulo 9: "Tarô Mítico"



Interessante notar que, este capítulo, o nono, foi o mais chato e difícil de se escrever, dentre todos - não nego. Tanto é que levei quase um mês para escrever essas 8 páginas (de A4, no caso). Findado às 3h30 da madruga.
Por outro lado, ao meu ver, é bem provável que se torne um dos mais agradáveis e interessantes na leitura. É um capítulo ambíguo, cheio de dualidades ditas por Carmecita Rosa-dos-Ventos que poderá deixar um leitor mais desatento a 'ver navios'. Segue abaixo trechos deste capítulo:

[...]
- Qual a função exata de um Tarô? – indagou Verne, sereno.
- O Tarô compreende 78 cartas, que se dividem em 22 Arcanos Maiores e 56 Arcanos Menores. Cada carta do Tarô apresenta um conjunto de imagens e figuras, com significados que se interligam e conversam entre si. – a vidente sorria, sutilmente, enquanto fitava Verne. – O Tarô é um instrumento que nos permite analisar, meditar e refletir sobre nosso passado, presente e futuro, através de seu sistema de simbologias e metáforas, guiando-nos pelo caminho do auto-conhecimento. Suas imagens, cores e símbolos possuem uma significação que juntas, dão ao consulente uma visão geral do que a carta significa.
- Compreendo. – Verne assentiu, enquanto Chax balançava sua cauda de um lado ao outro, inquieto, curioso.
[...]
– Meu querido, com você farei o método de leitura da Cruz Céltica e usarei apenas os Arcanos Maiores, suficientes o bastante.
A vidente embaralhou vinte e duas cartas e as colocou sobre a mesa, viradas para baixo. Chax olhava atentamente para elas, cada vez mais inquieto. Verne não compreendia as atitudes de seu AI.
- Agora escolha 10 dessas cartas, meu querido.
Verne escolheu, entregou a ela e permaneceu sóbrio, enquanto Carmecita distribuía o baralho de forma aleatória. Primeiramente ela colocou seis cartas do lado esquerdo da mesa, na vertical. Uma no topo, outra no centro, uma de cada lado da central, outra abaixo e a última na horizontal sobre a carta do meio. As outras quatro cartas foram colocadas no lado direito da mesa, uma de baixo da outra. Ela lhe explicou qual seria a ordem de retirada de cada carta e que deveriam ser reveladas com a imagem para cima, na qual seria explicada a interpretação.
- A primeira é a carta Significadora. – disse Carmecita. – Ela reflete a situação interna e externa na qual você se encontra no momento, meu querido.
Verne retirou a carta do meio, ilustrada com uma bela jovem nua, olhando para uma caixa aberta, onde várias libélulas saiam voando e no destaque uma estrela brilhosa de seis pontas. Ele revelou a carta “A Estrela”. Os olhos da vidente pareciam interessantes à revelação.
- Esta é Pandora e a Estrela da Esperança. – disse Carmecita. – A despeito de suas frustrações, desapontamento e perdas, essa carta diz que você ainda tem forças para se agarrar ao sentido da vida e ao futuro, que poderá superar a infelicidade do passado. “A Estrela” é uma carta de espera, meu querido. Uma tênue luz que brilha e nos guia, porém não dissipa a escuridão da vida. – ela sorria para ele. – A esperança é algo profundo e misterioso, pois parece transcender qualquer experiência que a vida tenha lhe oferecido sob a forma de uma catástrofe.
[...]
- “O Mundo”. – disse a vidente. – Este é Hermafrodito, filho de Hermes e Afrodite. Ele é a imagem da experiência de sermos inteiros, completos. Masculino e feminino representam muito mais do que simples identificações dos órgãos genitais, meu querido. São as grandes polaridades que circundam todos os opostos da vida. As qualidades do cuidado maternal e do código de ética paternal, da intuição e da expressão física, da mente e do sentimento, do relacionamento e da solidez, do conflito e da harmonia, do espírito e da matéria, todos estes opostos que continuamente lutam dentro de nós e que, justamente por causa dessa grande batalha conseguem aperfeiçoar nossa personalidade, estão contidas na carta “O Mundo”, unidos, convivendo harmonicamente dentro do grande círculo da Serpente que simboliza a vida eterna! – por uma questão de segundos, Verne e Chax atingiram a mesma sintonia. – Essa carta implica num período de realizações e de totalização, meu querido. É o momento de sucesso, da finalização positiva de um processo ou de uma questão. É o instante de você alcançar um objetivo e de atingir um ideal pelo qual lutou durante muito tempo.
[...]

Enfim, estes são alguns trechos. Lembrando que os trechos assim estão espalhados e possuem muitos pulos entre si.
O capítulo é bem mais complexo e extenso. Isso é apenas uma amostra para que vocês possam refletir mais sobre a obra e discutir sobre.
Salientando que: o nono capítulo é tão, mas tão importante, que reflitirá, de uma forma ou de outra, nos demais livros. A hexalogia toda terá base neste capítulo.

Boa leitura e que as sombras os acompanhem.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

1º Teaser-Pôster OFICIAL



Pessoal, eu prometi dias atrás e eis aqui o primeiro Teaser-Pôster OFICIAL de NECRÓPOLIS.

Entenderam alguma coisa da imagem?? Alguma especulação sobre?
Bom, deixem suas respostas aí nos comentários ou lá na comu.

Por enquanto é isso. Logo, mais novidades.
Fui

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Esboços da Capa



Lembram quando eu disse que o capista de NECRÓPOLIS havia perdido a arte que tinha feito tempos atrás?
Pois bem, o nome desse (outro) ilustrador é JÃO Catena e ele resolveu fazer a ilustra da capa novamente - pra minha alegria, é claro!
E dessa vez ele retomou com fôlego redobrado e o resultado tem o satisfeito mais do que antes. Ou seja, esperem por algo melhor ainda!!

JÃO já é membro da comu de NP desde o início e eu o convidei pra ilustrar a capa do livro no começo deste ano. Desde então, com o seu devido tempo, ele tem se empenhado muito e dentro em breve veremos o resultado disso tudo!
Esse ilustrador já fez trampos pra Disney e o mercado europeu, sem contar diversos outros trabalhos, já que ele está há anos nesse ramo - e convenhamos, um talento e tanto! Duvidam??
Então vejam aqui: http://katena.deviantart.com

Essa semana ele me enviou duas propostas das ilustras pra capa. De começo, eu enviei um esboço a ele, relatando como eu queria exatamente a composição e os personagens e, não nego, o JÃO tem me surpreendido e muito com suas idéias de acréscimo.
No topo do post, vocês podem ver o que será o cenário de fundo da ilustra.
Nas imagens abaixo, vejam as duas propostas da imagem - e sim, eu já fiz a escolha.




Aguardem. Dentro de dias JÃO vai liberar a ilustra finalizada em 100% e eu vou postá-la aqui no blog e também lá na comu!
E podem esperar, nesta capa, por imagens subliminares, dúbias e de significados diversos. Esse é meu estilo. E o traço do JÃO o complemento perfeito e que faltava, para que isto se concretizasse.

Até lá.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Ilustrações e afins...



Pessoal, é o seguinte, hoje venho pra falar a respeito
de ilustrações no livro.
Há um mês conheci um cara chamado Leonardo Conceição - ou simplesmente Leo Nankin, um excelente ilustrador!!
Ele faz facul de Designer Gráfico com o Tyago (que trampa comigo lá na editora Escala) e também dá aulas.

Inicialmente ele foi chamado para uns testes de ilustras na revista Leituras da História. Posterior a isso, eu e o Tyago (depois de um pesadelo cinematográfico deste, há alguns anos) decidimos iniciar um projeto que vai culminar num álbum gráfico, ao estilo de Stardust, de Gaiman - em um ano, assim esperamos. O Leo foi nossa primeira escolha e ele topou de imediato assim que leu a prévia do roteiro que desenvolvi, com o auxílio de Tyago.

Nesse meio tempo, eu fiquei matutando idéias diversas a respeito de ilustras para NECRÓPOLIS. Foi até uma coincidência, devo dizer - e muito conveniente pra este momento.
Enquanto eu discutia propostas de ilustradores disponíveis com o editor da CL (logo vocês saberão mais a respeito da publicação) eu também procurava pessoas com um traço específico pra minha obra.
E a encontrei em Leo.

Fiz a proposta pra ele ontem. Hoje ele respondeu e topou.
Estou muito feliz, afinal o cara tem um traço eclético e muito fera, como vocês mesmos podem conferir em seu blog:
www.leonardoconceicao.blogspot.com

Agora gostaria de comentários do pessoal que visita o blog de NP com frequência e também da comunidade. O que acham do traço do Leo? Combina ou não com o tom do livro?

...
Eu sei que isso pode soar arrogante, mas eu prezo sim e
MUITO pela opnião dos meus futuros leitores. E eu quero MESMO a opnião de vocês.
No entanto, independente de positivas ou negativas, o Leo tá nessa. ;)
Tá, eu sei, sou chatinho... :P

Depois dessa, me vou. A reescrita do livro tá cada vez mais tensa.
Fiquem com outras "medusas" do Leo, abaixo.
Até.



terça-feira, 11 de setembro de 2007

Devaneios da Madrugada... (4)



02h05 da madruga e eu já finalizei o quinto e o sexto capítulo e já iniciei o sétimo.
Agora preciso correr contra o tempo, porque BOAS novidades aguardam por NECRÓPOLIS em 2008!
E saibam, o "bicho começa a pegar" AGORA, a partir do capítulo 6!

Pra quem duvida, um trechinho deste capítulo:
(...)
As sombras aumentavam e cobriam, pouco a pouco, o dormitório do jovem Vipero, conforme a madrugada fosse chegando. Durante a noite, a senhora Sophie Lacet havia levado chá com bolachas para os dois, que ainda fingiam orar no quarto. Elói tinha comido todos os biscoitos, os seus e os de Verne, parecia esfomeado. Verne não quis comer e mesmo relutando, acabou por beber alguns goles do chá. A lua estava no centro do céu escuro, coberta por névoas densas e um frio vendaval batia nos galhos das árvores, assobiando o medo.
Verne não sabia ao certo, mas estava perturbado com algo. Chax movia-se de um lado ao outro, inquieto, sua calda abanando. O jovem Vipero não estava bem, seu coração doía pela morte de Victor, seu corpo estava exausto e sua mente confusa. O sono o alcançava e logo deitou em sua cama, com os olhos pesados, porém lutando para não adormecer. Num canto mais escuro do quarto estava Elói, sentado em posição de lótus, olhos cerrados e concentrado, a caixa de lembranças ao lado, com os objetos a mostra. O brilho lunar, refletido pela janela entreaberta, criava um clima sombrio aos pés da cama de Verne. Eram três horas da madrugada quando se ouviu o primeiro barulho.

(...)
Aguardo por comentários abaixo, ok.

Esses dias fiquei sabendo que capa do livro está quase pronta e que as quatro únicas pessoas que a viram na tela de um PC, ficaram maravilhados. Mas meu amigo e ilustrador Jão parece ter "perdido" a ilustra num dos 4 computadores do seu estúdio. Não lembra o nome com que salvou o arquivo (pois tem trabalhos demais e eu sei como funciona a mente de um artista, somos todos insanos :P ), mas está numa busca alucinada pela imagem, para finalizá-la.
Eu também estou na busca de algum ilustrador para as páginas internas do livro, pois quero retratar sutilmente algumas cenas de suma importância na obra. Ainda sim, farei algumas ilustras para preparar os teasers-pôsters do livro. Estou com algumas idéias aqui e acho que ficarão bacanas. Aguardem mais uns dias.

Sobre os teasers-cards que eu havia feito, achei melhor não postar mais no blog. Afinal eles não possuem imagens oficiais do livro - e sim da net - o que pode demonstrar, erroneamente, falta de profissionalismo da minha parte.
O mesmo vale pro slide que fiz pro teaser-trailer do livro. Muitos elogiaram (como pode ser visto no site do Slide), mas também li críticas a respeito de eu usar imagens "não-oficiais". Devo concordar, mesmo sendo um teaser (o que significa que é apenas um "preparativo para o que virá", no caso, o trailer do livro). Mas enfim...
Por isso, da próxima vez que eu for divulgar algo com imagem de NP, será com algo oficial, ok!

De qualquer forma, fiquem com o vídeo que o escritor (e também videomaker) Denis Lenzi fez (sobre a minha idéia do slide) e colocou o YouTube:
http://www.youtube.com/watch?v=5947zO5_kV0
Copiem e colem em seus navegadores pra assistir o vídeo, porque eu sinceramente não consigo criar o link aqui. Quem curtir, comenta aí embaixo também.

Durmam com as fadas, ou com os sátiros. Durmam com quem quiser, ou sós.
As sombras me chamam e eu preciso ir agora.

Ainda essa semana eu venho com boas notícias do livro.
Aguardem e até lá.

domingo, 26 de agosto de 2007

Slide de NECRÓPOLIS

Clique no link do slide para assistir em tela cheia.
Depois que o site se abrir, clique em "tela original" e veja toda montagem feita.


http://www.slide.com/r/staUjY5H2D_w2OYxDC_jWdCK6d2oq-X7?previous_view=TICKER&previous_action=TICKER_ITEM_CLICK&ciid=648518346409713478

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Histórico interessante sobre a Licantropia



Um dos motivos da licantropia no Ocidente estar ligada quase sempre à imagem do lobo reside no fato deste ser o predador mais comum e mais temido na Europa. Como a cultura do Novo Mundo baseou-se em sua maior parte, na cultura européia, a mitologia da mesma foi em grande parte absorvida. A América do Norte ainda teve uma influência maior da figura do lobo, pois lá também existem lobos (o lobo-guará brasileiro não é lobo, mas um tipo de raposa muito grande, cientificamente falando). A própria cultura dos índios norte-americanos tinha os lobos em suas mitologias; fosse como espíritos guardiões (os totens), fosse como monstros devoradores de carne humana (Wendigo), ou mesmo um homem que virava lobo para percorrer grandes distâncias em corrida (o ‘Troca-Peles”).

Acredita-se que os lobos e os homens se enfrentem desde a pré-história. Ironicamente, foi durante esta mesma época (mais precisamente a cerca de 20.000 anos) que o homem domesticou os primeiros animais selvagens, que por sinal foram os lobos, e que mais tarde daria origem aos cães. Aliás, a semelhança genética entre as duas espécies é tamanha que alguns zoólogos sugerem reclassificá-los como uma mesma espécie. Há relatos confiáveis de culturas antigas, como os gregos e os vikings, de alcatéias que atacavam e devoravam pessoas, principalmente crianças e indivíduos muito velhos ou debilitados. Relatórios de guerras e caçadas ocorridas por toda a Europa dentre os séculos XV a XVIII descrevem ataques de lobos a indivíduos solitários ou pequenos grupos de viajantes, especialmente durante invernos rigorosos. Tudo isso fez com que muitos pesquisadores, como o psicólogo junguiano Robert Eisler, desenvolvessem a teoria de uma “memória ancestral” da humanidade com relação à figura do lobo (desde a Idade da Pedra), o que explicaria o temor e paradoxal fascínio que a mesma exerce.

Os lobos de hoje em dia descendem de gerações que aprenderam a temer as armas de fogo que surgiram mais tarde e por isso passaram a evitar os seres humanos, que já não são mais presas tão fáceis quanto eram para os seus ancestrais, nos primórdios da civilização.
Talvez o mais interessante seja o fato de que a figura do lobisomem como um monstro bípede e híbrido seja algo relativamente recente. O termo werewolve (o prefixo wer é de origem teutônica) foi designado originalmente para se referir aos lobos que se alimentavam de carne humana. Os países de língua francesa cunharam o termo loup-garou para se referir aos mesmos animais. Provavelmente, a primeira referência a um homem que se transformou em lobo está na mitologia grega: quando Zeus, enfurecido com o criado imortal Licaon por ter servido carne humana aos deuses do Olimpo, o transformou em lobo e assim o manteve por nove anos. A mais antiga referência literária ocidental a um homem que virava lobo também vem da Grécia Antiga (Satyricon, século I DC). A figura do híbrido homem-lobo só começou a aparecer na cultura européia por volta do século XI.

A figura do lobo como principal licantropo só está presente na Europa e nas terras por ela colonizada. Em outras partes do mundo o mito de pessoas que se transforma em animais ou em seres híbridos de animais está relacionado a outras espécies, embora quase sempre grandes predadores. Felinos, ursos e pássaros estão entre os mais comuns ao redor do mundo, especialmente no Oriente. Os antigos polinésios acreditavam em homens que se transformavam em tubarões. Na África, além dos felinos, aparecem hienas e crocodilos. E no Brasil temos vários tipos diferentes, ainda que hoje estejam restritos quase que só aos povos nativos, como os homens-jacarés e “o boto” (o macho se transformaria em homem para seduzir mulheres e a fêmea – bem menos relatada - em mulher para seduzir homens).



PS: os lycantropos são apenas citados no primeiro volume de NP. no segundo romance, aguardem por um destaque e tanto!
Fui

domingo, 29 de julho de 2007

Um trecho, de brinde!



Como todos sabem (ou não), o segundo e terceiro capítulo já foram finalizados.
O quarto está quase no fim, e ficou maior do que eu imaginava.

Por isso, um trechinho:

- Grilo, você está aí? – perguntou o garoto, mas ninguém mais pode ouvir, a não ser seu AI.
- Sim, amo. – respondeu Grilo. Ainda estou.
- Quando eu morrer, você também morrerá?
- Não. Nós, Amigos Imaginários, não morremos. – dizia Grilo, deprimido, faltando-lhe uma das antenas e um dos olhos.
- Mas então, o que acontece com vocês? – a voz de Victor era como uma flauta, soava serena, como alguém que já esperava o inevitável.
- Nós apenas sumimos, meu amo. Deixamos de existir.
- Oh! – lacrimejou. Fico feliz por isso.
- Por que, meu amo? – indagou Grilo, não compreendendo.
- Porque morrer deve ser bem pior do que deixar de existir. E eu morrerei.
- Não, meu amo. – Grilo voou com pesar perante a face de Victor. Deixar de existir é pior do que morrer. Porque deixando de existir nós sumimos para sempre e nunca mais voltamos.
- E na morte, o que acontece?
- Eu não sei, amo. Mas quem morre, sempre tem uma chance. Sempre.
Victor sorriu. Grilo também.


Isso foi apenas para degustação. :P
Por isso peço que tomem cuidado com preciptações e não julguem (nem pro bem e nem pro mal) o trecho acima. Ele está no meio do capítulo narrado e diz pouco (ou talvez muito, seja como for) do quarto capítulo!

Mas não é spoiler algum, afinal todos sabem do destino de Victor.
Se não ocorrer com ele o que TEM ocorrer, a história não caminha e Verne jamais teria motivos de ir até Necrópolis.

Enfim, termino o quarto capítulo amanhã ou depois. O quinto vêm em seguida.
E só pra lembrar: a trilha sonora do segundo capítulo (feita pela Ísis) ficou tão MAGNÍFICO quanto os anteriores (que foram a 'música tema oficial', a trilha do 'prólogo' e a trilha do '1º cap.). Essa menina se supera a cada dia!
A do terceiro está sendo feita no momento e dentro de dias terei algo mais inspirador para ouvir... e consequentemente escrever.

De qualquer forma aguardo por comentários a respeito deste trecho. Quero ler a opniões de todos, ok!

Hoje, estou bonzinho.
Aproveitem.
Amanhã retorno as sombras...

quarta-feira, 25 de julho de 2007

A primeira morte!



Não sei se todos sabem, mas os cinco primeiros capítulos dessa Versão Final NÃO existiam na Versão Beta.
Esses capítulos é que são os Extras dessa nova versão, que aprofundam mais a trama e também os personagens.

Por isso o termo "reescrita" não se aplica a esses cinco capítulos iniciais.
Mas aos demais capítulos sim, porque estes estão sendo reescritos mesmo, e ganhando mais conteúdo, densidade, dramaticidade... além da minha escrita evoluída.

Realmente estou gostando de escrever e reescrever NP novamente.
Sou apaixonado por essa obra e ela diz muito de mim e do que eu gosto e não gosto. Diz também a respeito de outras coisas, enfim...

Terminei de escrever o terceiro capítulo de NP.
E por essa grande ligação que tenho por minha obra, não vou negar a quem aqui estiver lendo, a minha profunda tristeza com os textos que escrevi neste terceiro capítulo. É algo mais intimista, pessoal e envolve várias coisas que temo.
O quarto capítulo não será diferente. Talvez, até pior.

E quando falo em "temores" não me refiro aos monstros de Necrópolis, mas sim a algo que não podemos evitar. A MORTE, inevitável tanto para nós, quanto para quem gostamos...

domingo, 22 de julho de 2007

Devaneios da Madrugada... (3)



Estou eu aqui novamente.
E bem acompanhado, posso dizer.

São 04h55 da madruga.
5 min. a mais do que a última vez.
Terminei o segundo capítulo, até agora o maior de todos.

Mas também é, o mais "light" dentre os capítulos. E mesmo assim é sombrio, em algumas partes! :P
Porém, é um capítulo necessário, que tinha um motivo de existir. Acho que todos gostarão do resultado.

Amanhã mesmo a nossa trilheira Ísis começa a musicar o segundo capítulo.
Ela já musicou o Prólogo, o 1º Capítulo e também a Trilha Oficial de NP! E creiam, ficou um trabalho excelente, satisfatório... e assustador.
Ela conseguiu 'pegar' bem o 'espírito da obra'. Conseguiu sentir sua essência e tranpô-la para a trilha. Adorei! Imagino que vocês também vão curtir! ;)
Ainda estou estudando uma forma de apresentar isso ao pessoal da comu e do blog, aguardem.

E também dêem as boas-vindas a mais nova mediadora da comu, a nossa querida Marina Melo!
Excelente como escritora, anda 'estudando' sem parar sobre NP. Aguardem por mais novidades, porque ela trará muitas a vocês.

Repetindo: finalmente terminei o segundo capítulo.
Amanhã inicio o terceiro. E aqui as coisas começam a ficar realmente FEIAS!

Ah... Acho que vocês querem saber quem são as "minhas companias soturnas"?
Pois bem, lhes digo.
Um olá para SOLIDÃO e outro para a SOMBRA, duas belas damas, uma de branco-vazio e a outra de negro-sombrio.
E pros pevertidos que acharam que tais "duas" fossem a Ísis e a Marina, podem desencanar. A essas horas da madruga, e em pleno sábado, a única coisa que me restou foram as "S & S" mesmo. :P

Não sou tão sortudo assim! :D

Logo volto com mais. Até.
Fui

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Devaneios da Madrugada... (2)



São 04h50 da madruga, exatamente.
Depois de um hiato de mais de 2 meses finalmente voltei à minha obra.

Passei por mudanças diversas.
Tanto físicas quanto espirituais.
Agora moro na capital de São Paulo e abandonei minha cidade natal, Socorro, por mais que ainda a visite. Ou seja, estou trilhando um caminho semelhante ao de Verne ao vir para uma metrópole (e ele indo para uma necrópole), abandonando uma vida pacata.

Enfim, agora sei como ele se sente.
No entanto não nego que foi o que procurei. E estou adorando essa vida agitada.

O segundo capítulo de NECRÓPOLIS começou a ser reescrito há duas semanas e agora estou mais concentrado na escrita do que nunca. Inspiração total. As ninfas andam me visitando muito ultimamente.

Pros leitores deste blog e também da comunidade oficial, eis um merecido presente.
De hoje em diante card-teasers pra todos copiarem e colarem em seus PCs e/ou MACs.
Tem vários. E logo também wallpapers.
Vale lembrar que as imagens não são oficiais ainda. Mas ainda sim espero que tenham gostado de toda montagem que fiz.

Agora vou dormir.
Amanhã acordo cedo. Tenho de trabalhar. Há duas semanas consegui um emprego como Assistente de Arte. E é o que eu queria.
Agora vou dormir.
Ouço barulhos estranhos há essas horas por aqui. E não vou dormir pra fugir deles. Mas sim porque sei que os encontrarei em meus pesadelos...

domingo, 15 de julho de 2007

Pelo Sangue e Pela Fé



Meu amigo Cládio Villa obteve uma conquista almejada por muitos escritores em início de carreira como nós.
O parabenizo aqui e aviso que em breve comprarei essa obra de fantasia, que há tempos me atrai.

Espero que os fãs de NP também conheçam tal livro.
Boa sorte, Villa.

O primeiro passo você já deu.
Abx.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

ARIEL - minha Daemon!!



Visitando mais uma vez o magnífico site do filme A Bússola Dourada (http://www.goldencompassmovie.com), me deparei com uma novidade - "descubra qual é o seu Daemon".

Mas não pense você que isso é tipo aqueles questionários idiotas do 'Igirl'... não, não é mesmo!
É muito mais inteligênte e interessante, com perguntas inesperadas.

E o resultado você pode ver na imagem acima e também nessa descrição abaixo:

Daemon de Douglas: ARIEL
Seu daemon Ariel é uma das 3201 gatas selvagens em daemons desse tipo... População 8754... Ariel é uma daemon fêmea, pois o daemons são do sexo oposto ao do humano.
Douglas, você é modesto, curioso,um líder, espontâneo, você combina com Ocelot daemon (ocelot - termo desconhecido).

A Trilogia Fronteiras do Universo é o meu livro de cabeceira.
Philip Pullman é mestre.
Ponto final.

Boa noite.
Fui

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Aprenda a criar suas próprias histórias!

Texto descritivo é aquele que descreve alguma coisa; texto narrativo é aquele que narra, conta alguma coisa; texto dissertativo é aquele que disserta, que defende idéias, como numa redação para o vestibular. É só isso? Sim, esta é a essência, na verdade. Então, já acabou este curso informal que preparei especialmente para o site d'A ARCA? Não, caro leitor. É apenas o começo. A partir de agora, você está entrando numa viagem sem fim, que exigirá disciplina, força de vontade e, acima de tudo, criatividade. Preparado?

Saber escrever é uma exigência do mundo em que vivemos, mas também é uma forma de mostrar quem somos, o que pensamos e sentimos. É vivenciar o mundo através das palavras. O ato de escrever precisa ser encarado como um processo natural, parte da nossa natureza, e não como a "roupa de missa" engomada para impressionar os outros.
O autor Luciano Martins conta que o pesquisador russo Vladimir Propp aplicou técnicas de crítica literária ao estudo de manifestações folclóricas e concluiu que toda história carrega uma organização anterior. As histórias novas não criam novas organizações: "apenas recriam as organizações tradicionais, que se repetem desde que o primeiro ser humano começou a contar sua visão do Cosmos para outro ser humano, diante de uma fogueira".

Esta organização é o que lingüistas chamam de gramática da história. "Ela passa de uma língua para outra, da expressão oral para a escrita, da escrita de volta para a oral, e também atravessa os diversos meios de comunicação e forma de expressão, como o cinema, a televisão, a Internet, a dança, as artes plásticas etc.". Isto explica porque você pode reconhecer a mesma história em versões diferentes, seja em um filme, numa novela ou mesmo em um livro. Se você prestar atenção, verá estruturas básicas de histórias repetidas à exaustão: a luta do bem contra o mal, o melhor amigo do mocinho que sempre morre para que o mocinho se vingue do bandido, o triângulo amoroso, o amor impossível no melhor estilo Romeu e Julieta, a moça pobre e sem graça que se transforma numa cinderela, e muito, muito mais. Usando as palavras do Luciano: "essa organização para a narrativa é a representação mental de um processo que está presente em sua forma de relacionamento profundamente enraizada na natureza social do ser humano".

Como falamos de ser humano, é comum sempre lembrar o que acontece na infância, certo? Desde criança, aprendemos a lidar com a gramática da história. "Por meio de beijos, sorrisos e da atenção carinhosa, os adultos e educadores formais reforçam essa habilidade e a induzem a enriquecer suas narrativas e abusar da criatividade", explica Luciano. "Mas quando a criança passa a escrever, acontece o que os lingüistas denominam 'reificação', mas nós vamos chamar de 'coisificação', da história. Trata-se de um processo de distanciamento que ocorre entre o narrador e a história".
Complicou? Fica mais fácil de entender se você pensar que o ato de escrever integra a natureza humana justamente por fazer parte da gramática da história, ou seja, por ser um processo social que pertence à natureza do ser humano. Daí, seria natural pensar que escrever é algo muito fácil, pois é uma característica do ser humano. Bom, pelo menos deveria ser fácil. O que acontece é que costumamos achar que escrever é fazer algo tão antinatural, tão fora do nosso dia-a-dia, que muitas vezes erguemos barreiras e obstáculos intransponíveis na hora de redigir meia dúzia de frases.

No mundo dos textos, o vôo criativo tem lá seus obstáculos. Jaime Zorzi esclarece que aprender a escrever pressupõe compreender os diferentes usos que as pessoas fazem da escrita. E estes não se limitam ao que a escola costuma solicitar ao aluno: cópias, ditados, redações, leitura de textos em voz alta e assim por diante. Para Zorzi, implica compreender as funções sociais da escrita. "As pessoas lêem e escrevem para dar ou receber informações, para questionar, para convencer, para instruir, para se organizarem no tempo e no espaço, assim como para o próprio lazer ou diversão".
Ainda na infância, nosso processo de alfabetização vai seguindo em frente até tropeçar na gramática e suas complicações, não é? Conheço muita gente que não escreve justamente por medo de cometer algum deslize ortográfico, de errar a pontuação etc e etc.

A preocupação em obedecer às normas cultas defendidas pela Língua Portuguesa não é o único obstáculo para quem escreve. "Talvez o bloqueio mais perigoso esteja no fato de que não raro o processo criativo é desconhecido", acredita Rubens Marchioni. "(...) Infelizmente nossa cultura ensinou e nós cultivamos um pensamento altamente destrutivo para a criatividade. Fomos acostumados com a idéia de que, se algo é simples, não merece respeito".

Segundo Luciano Martins, existem dois fatores básicos que atrapalham o momento de escrever: o excesso de autocrítica e a falta de compromisso com o conteúdo. "Avançamos acelerados pelo século XXI, a Internet se sofistica, ocupa telas de telefones celulares, promete juntar de uma vez todas as formas de comunicação, e seguimos precisando daquele modo de pensar sistêmico e integrado que a escrita ajuda a construir", defende. "Ainda assim, milhões de pessoas continuam suando as palmas das mãos na hora de produzir um texto. É como se a necessidade de deixar registrados os pensamentos, de tão fluentes nas conversas, fosse tarefa pesada demais para o indivíduo".
Luciano acredita que uma das bases para uma técnica possível de redação é criar uma simulação de interatividade para o momento de escrever, ou seja, é necessário ter, no momento de escrever, a sensação de que se está conversando com alguém. "Não passe pela vida como se não tivesse nada a ver com o que acontece à sua volta", aconselha. "A partir dessa observação, você pode sofisticar suas narrativas quando souber dosar a oferta de informações no seu relato".

Já Rubens afirma que não há uma receita e tampouco uma fórmula mágica à disposição de quem pretende tornar-se redator. "Bastam esforço e disciplina". Ele, porém, não descarta a qualidade do texto a ser escrito ao lembrar Sidney Smith: "Tudo o que se escreve visa ou a agradar ou a instruir, mas este segundo objetivo dificilmente poderá ser atingido se o primeiro não o for". Por fim, Juremir Silva também tem uma dica para passar: "o que escrever quer calar? O conteúdo. Escrever é antes de tudo dar forma. (...) Cala mais aquele que escreve melhor".
Como você acabou de ver, todo mundo mostra um ponto de vista sobre o ato de escrever, com várias coisas em comum. E todos os especialistas têm suas dicas para oferecer. A partir do próximo artigo, vou aproveitar algumas idéias deste pessoal, misturando-as à minha experiência profissional sobre o assunto, para que você possa descobrir como a teoria funciona na hora de contar uma história.

- Matéria extraída originalmente do site A Arca (escrito por Helena Gomes)
http://a-arca.uol.com.br/v2/artigosdt.asp?sec=4&ssec=11&cdn=11336&ori=bda

segunda-feira, 9 de abril de 2007

1º Capítulo TERMINADO!!

Hoje, segunda-feira (09/04), terminei o primeiro capítulo de Necrópolis.
E foi as 20h21, só pra constar...

Sim, foi o primeiro capítulo da 'Versão Final', que recebeu outro tratamento, acréscimo de novos (e essenciais) personagens a trama, além do que podemos considerar esse primeiro capítulo como um NOVO primeiro capítulo, já que ele se difere e muito do primeiro capítulo da 'Versão Beta'.

O primeiro capítulo da 'Versão Beta' é, agora na 'Versão Final', equivalente ao quarto capítulo!
Deu pra entender? Então, pois é, nessa "versão upgrade" da obra, o livro ganhou alguns capítulos extras, enquanto que perdeu um (na verdade o 12ºCap. da 'Beta').
Muitos novos rumos foram tomados nessa "re-escrita" da trama, que ganhou mais 'densidade', detalhamento necessário e verossimilhança.

Pesquisei e estudei MUITO sobre TODOS os temas abordados no livro.
Por isso, futuro leitor, saiba que você terá uma saga completa e cheia de conteúdo em mãos - e não mais um "livro de modinha que segue um exemplo tal"...
Eu procuro fugir de tudo o que já foi feito e 'desconstruir' a literatura, com uma narrativa própria, mas que em nada será estranha para quem está acostumado a BOAS obras literárias! ;)
Espero ter conseguido atingir tais objetivos...

Pra terminar, duas novidades para os leitores:
- O 1º Capítulo se chama: HISTÓRIAS DE OUTROS MUNDOS
- DUAS editoras novas no mercado literário se interessaram em avaliar Necrópolis.


Aguardem mais novidades em breve...
Abx.

sábado, 7 de abril de 2007

"TODO NÚMERO É ZERO DIANTE DO INFINITO" - Victor Hugo

O sete, é tido como o número da criação. Porque é o número da criação? - A criação se apresentou tendo fundamentalmente a vibração como causa. Surgiu a partir de quando parte do NADA começou a vibrar. As coisas criadas só se manifestam pela vibração. Onde não houver vibração é o "mundo" do NADA, da imanifestabilidade. Como o universo é manifestabilidade, tudo o que nele existe o faz pela vibração. O elemento diferenciativo entre o NADA e o Universo Criado é a descontinuidade, e é exatamente a vibração que condiciona a descontinuidade.

Por ser o número da criação, o sete é o número que se apresenta com maior incidência em todas as ocorrências do universo; tudo dentro da criação de alguma forma está a ele ligado. Porque é o sete o número da criação? - porque as vibrações se distribuem exatamente em maior número de situações. É o número que mais aparece em citações de todas as obras místicas, na magia, no ocultismo em geral, na Bíblia e em todos os livros sagrados como mencionaremos depois.

O motivo da importância do sete é porque as vibrações se distribuem em oitavas. Tomemos como exemplo a escala musical. São 7 notas aquém e além das quais tem início uma outra oitava e assim sucessivamente. Essa é uma propriedade das vibrações e conseqüentemente o que liga a vibração ao número sete, mas isso não é o bastante, existe um mistério ainda maior: por que as vibrações se apresentam, em oitavas?... Veremos...



Sem a vibração não haveria o universo tal como o conhecemos, assim podemos dizer que o número sete é essencial ao universo. Sem o número cinco não haveria o lado biológico da natureza, mas esta poderia existir independentemente de haver ou não este lado. Sem o seis não haveria o aperfeiçoamento, mas o universo poderia existir sem haver o aperfeiçoamento. O oito diz direcionamento, mas mesmo assim o mundo poderia existir em ele. Sem o quatro as coisas físicas não poderiam existir, mas mesmo assim ainda continuaria a existir o universo em níveis de energia. Mas sem o sete não haveria coisa alguma, seria impossível a existência de tudo o que está criado, o universo como um todo não existiria; por isso o sete é tido como o número da criação. A criação é, em linhas gerais, as manifestações explícitas no simbolismo do sete.

Na primeira fase do desdobramento da criação formou-se o UM - DOIS - TRÊS (na realidade apenas o próprio UM sob tríplice aspecto). Na segunda fase o SETE. Como os três primeiros números são UM, o número dois da seqüência natural aparentemente deveria ser o quatro. Mas, como se pode ver no sentido da criação o sete vem primeiro que o quatro, portanto o segundo lugar a ele pertence, conforme se pode ver pelo esquema.

O quatro representa a estruturação física e esta não pode anteceder. Poderia haver a concretização das coisas representadas pelo quatro se antes não houvesse a vibração, isto é o sete? - Não, por certo. Não pode algo se estruturar sem antes haver sido criado, por isto o sete antecede a fase quatro. Primeiro foi preciso vibrar para haver criação e depois aquilo que já existia pela vibração se estruturar. Assim sendo os três primeiros números é um, o sete é o dois. Depois de estruturado, então pode haver biológico, o liquido constituindo três, depois o aperfeiçoamento, o quatro, depois a orientação o seis e finalmente a vida humana o nove.

Por meio de uma experiência física pode-se ver como o sete segue de imediato o três (UM). Tomemos um raio de luz simbolizando o Um que penetra um prisma (sólido de três faces, portanto o três. O UM (rio) ao ultrapassar o três (prisma) se projeta como sete. O raio se decompõe em sete cores). O raio não emerge do prisma como quatro e sim como sete. Por analogia com o espectro solar, o sete é considerado a manifestação imediata do um através do três.

As sete "emanações" luminosas são descritas pela Tradição como sete raios de criação (separação) e de união (reintegração).
A partir de três cores fundamentais pode-se reconstituir todo o espectro, isto é, as sete cores do arco-íris. Isto é a relação da fonte - o divino ou o Sol - com sua manifestação.

Bom, todo esse discurso estudioso e pseudo-filosófico acerca do número sete foi apenas para fazer com que os leitores deste blog "penassem" para descobrir uma novidade!

Ou seja, HOJE, dia 7 de abril, às 7h (pm) eu iniciei o PRIMEIRO CAPÍTULO de Necrópolis.
Sim, "inicei", porque estou reescrevendo a obra, agora em sua 'Versão Final'.

Comecem a contagem. Porque a partir de agora eu não paro mais. Os escritos se iniciaram e quando terminarem (ainda esse ano) eu farei outro 'postagem' como essa.

Logo um trechinho vai pintar na comunidade. Fiquem de olho...
Abx.


Lilith nos observa...

sexta-feira, 6 de abril de 2007

A Bruxa está a Solta!!!!!!!!

Mexicanos vêem bruxas rodeando suas montanhas!!

Aqui: http://roteadordanet.blogspot.com/2007/03/supostas-bruxas-tocam-o-terror-numa.html

De início acharam que era OVNI.
Mas depois viram que tinha capuz e tudo mais...
Eu não vi a vassoura.
Mas a bruxa violentou sexualmente um dos policiais. Veja a cara dele!
Se fosse comigo, eu trepava, afinal não é todo dia que vemos bruxas voando em vassouras no México querendo sexo, não é?

Enfim...
Na minha humilde opnião aquilo se assemelha mais a um DEMENTADOR.
Sim, aquela criatura horrenda do terceiro filme de Harry Potter.
De qualquer forma, então, isso tudo está relacionado a magia, certo?
Afinal "dementadores" são criaturas mágicas e malignas que guardam uma prisão.
E provém de Harry Potter, que é um bruxo.
Mas "dementadores" não são bruxos...
Enfim, tente descobrir o que é.

De qualquer forma, a Brua está a solta.
Temos bruxas (dementadores ou qualquer coisa assim) no México.
O México não fica assim tão longe do Brasil.
México nada tem haver com NECRÓPOLIS. Mas bruxas sim. Por isso essa nota!
As bruxas existem?
Não sei.
Mas que elas trepam, trepam !

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Devaneios da Madrugada... (1)

É nessas horas - quase 3h da madruga - que eu me inspiro mais pra escrever, criar, viajar por mundo desconhecidos... enquanto enfrento uma batalha até simplória contra o sono!

Um amigo meu, também escritor - Márcio Oli (certamente alguns já ouviram falar) - prefere as Manhãs para escrever, criar. Para ele o nascer do sol é como o despertar das idéias em sua mente, que nascem com o sol e brotam aos montes. O ar fresco, a brisa matinal são as fontes primordiais pra ele viajar pelo seu inferno literário particular...

Já vi muitos escritores pela net que tem predileção por escrever quando acordam - lá pelas 10h - depois avançam no almoço - 12h - e seguem pela Tarde toda. Dizem que o calor da tarde lhes trazem o calor necessário para criar suas tramas e o dia corrido dá a eles a ação necessária para suas obras fictícias. Bom, odeio calor, por isso pulo essa parte.
Mas já escrevi muita coisa durante a tarde, nos intervalos do meu trabalho. Dependendo de como estiver a tarde, pode até ser gotoso... mas ainda sim não me inspira muito, de forma alguma...

Há outras pessoas que conheci que curtem realmente o pôr-do-sol, o começo da Noite... Para esses escritores o lance de se chegar em casa após um dia exaustivo de trabalho é a melhor forma de expelir o stress - e nada melhor que isso do que escrever. Pode até ser, mas não me arrisco a tal experiência... prefiro cochilhar, porque a noite ainda é uma criança!

A noite, para mim - e certamente para muitos outros escritores corujas - apenas é a ponte para a melhor parte de um dia, ou seja, a Madrugada!
É nessas horas silenciosas, onde todos dormem, que as idéias mais magníficas de todas chegam até o escritor. É o momento da Paz Primordial, do Silêncio Mútuo, a hora certa...
A madrugada sempre foi a minha principal companheira de vida durante esses 24 anos e eu não posso negar que sempre fui um rapaz privilegiado: quando morei por 12 anos numa casa próxima ao rio, eu podia ouvir o coachar dos sapos, criquilar dos grilos e outros sons estranhos... Depois disso me mudei para um apartamento e agora estou em outro. Nesse, toda a madrugada estou acompanhado pelo sinistro som dos morcegos e seu sonar! Fantástico... algumas vezes posso vê-los passar pertinho da janela do meu segundo andar - o edifício fica numa montanha, o que auxilia e muito, numa altura ainda mais exagerada!

Enquanto estou em Socorro - minha querida cidade interiora do estado de SP - quero aproveitar esses sons silvestres e noturnos que a madrugada me propõe... pois logo estarei me mudando para São Paulo capital - a selva de pedra - onde os ruidos serão outros.
Mas nada que um MP3, CD no meu som ou um site de música não resolvam...
Abx.

**Matéria legal da Arca sobre escritores de fantasia:
http://a-arca.uol.com.br/v2/artigosdt.asp?sec=4&ssec=11&cdn=3259&ori=bsc

Agradecimentos... (1)

Bom, as coisas estão prestes a esquentar pelo Círculo de Moabite... NECRÓPOLIS vai ferver!!!

E isso tudo não são méritos apenas meus... Mas também de TODAS as pessoas que tem me ajudado nessa deliciosa jornada!

Larilará Hachachucha... Minha doce e linda mesticinha, minha namorada, que coabita no MESMO universo que o meu;
Evil Ana... A Imperatriz de Finisterra, mesmo sendo um pouco má, tem me auxiliado legal... Ainda mais no que se diz respeito entre a diferença de clérigo e sacerdote! :P
Larissa Suassuna, também conhecida como Laridróid13 ou Jovem Padawan, essa garota é a moderadora da comunidade e uma das maiores motivadoras da obra!
Antônio Carlos, o mais novo moderador da comunidade, também é um grande escritor de suspense e leitor antigo de trechos de NP¹!
Antonio Luiz... o moderador da comunidade Escritores de Fantasia e um dos (se não o maior) responsável pela Versão Final de NP!
Márcio Oli... ele sabe DEMAIS sobre NP... Talvez não dure muito, mas mesmo assim estou aqui agradecendo-o...
Alisova e Wilsão... ambos leitores antigos de trechos de NP... Ela escritora de um épico tolkeniano... Ele escritor de uma saga angelical inesquecível!
Ísis... nossa trilheira! Aguarde por mais news dos sons macabros dessa garota...
JÃO Catena... o capista de NP... Vocês VÃO se SURPREENDER!

Também agradeço num geral pelo apoio de outros aqui, como a comu O Escritor e Sua Sinopse e quase todos os seus membros, a Priscila, tia Vera, as outras comus: Herança dos Dragões, As Três Espadas, Diário de Bordo, Sanfrei Books etc...
Agradecimentos ao Guilherme Svaldi, Fábio Barreto, Octa Aragão, Tiago Cordeiro e outros feras do meio...

Também agradeço a TODOS os Membros da comunidade de NP, aos meus amigos e familiares.
Mas, acima de tudo, agradeço ao Danilo Francisco, meu irmão... e GRANDE fonte de inspiração para essa saga!

Que todos sejam abençoados por Lilith... hehehehe!
Valeu o apoio, devo muito a vocês!
Abraços!

quinta-feira, 15 de março de 2007

Ligações demoníacas...

Muitos que leram o Prólogo da Versão Final de NECRÓPOLIS tem me indagado sobre um fator interessante: essa introdução se assemelha e muito aos filmes O Exorcista e O Exorcismo de Emily Rose!

Aí é que está o lance! A trama de NECRÓPOLIS tem muitas filosofias e, dentre tais filosofias, existe aquele negócio chamado "homenagem" - no caso, bem direta! ;)

Nas minhas idéias de seis volumes da saga de Verne (mas que pode ser menos, com essa nova versão), eu procurei e procuro homenagear todas as obras (de mídias) diversas que eu gosto!

O Prólogo então nada mais é do que uma homenagem a esses filmes de exorcismo. Mas TUDO na trama tem um propósito, e o fim dessa introdução deixa um gancho pra algo que será revelado no livro mais tarde.

Com o tempo, conforme eu for postando mais capítulos e trechos dispersos, vocês poderão ir "pescando" cada uma das referências que faço a outros tipos de obras (mais uma vez de mídias diversas).
Aguardem por surpresas... ;)

Abx.

quarta-feira, 14 de março de 2007

P R Ó L O G O ®

Condado de Braşov,
1910
Depois de atravessar aquele vasto campo a cavalo, o homem finalmente avistou o casebre, o estábulo e o cheiro da morte.
O tempo estava chuvoso naquele fim de tarde invernal. O homem trajava uma túnica preta, uma bolsa de lona presa à cintura e um odre nas mãos. Ele havia levado mais de três horas de viagem até aquela região remota, pois tinham o chamado apenas depois que tudo já havia ocorrido. Depois de toda aquela tragédia, depois de todo aquele medo, depois de todas as mortes. E mesmo assim o homem se culpava por achar que havia chegado tarde demais.
Ele foi atendido pelos pais do garoto, o senhor e a senhora Raugust. Estavam pálidos, trêmulos, muito assustados e com os seus olhos verdes esbugalhados. O casal já o aguardava, mas mesmo assim o senhor Raugust quis confirmar:
- Clérigo Dimitri Adamov?
- Sim, senhor! Farei o possível para salvar seu filho!
Dadas as devidas mesuras, o homem de aparência robusta e vivida adentrou o casebre. Com uma das mãos retirou um crucifixo de bronze pendurado ao pescoço, bebeu o último gole da água santa e depois abandonou o seu odre sobre uma cômoda. Repentinamente parou sobre o corredor quando sentiu o clima lúgubre ao redor. A senhora Raugust recostou-se sobre a porta, desesperada e aos prantos, enquanto seu rígido esposo se dirigia ao homem.
- Quer ver os corpos, antes?
- Sim, senhor!
Sem hesitar, o senhor Raugust abriu a velha porta de madeira ao lado e o homem entrou. Haviam quatro corpos estirados com lençóis amarelados cobrindo-os. O primeiro corpo foi apresentado como o da senhora Manastarla, a velha que cuidava dos garotos. O segundo era da pequena Ana Mandoju, prima dos garotos. Os terceiros e quartos corpos eram dos jovens irmãos Branzan, vizinhos e amigos dos garotos. O homem manteve-se firme ao odor de decomposição, beijou seu crucifixo e avaliou cada corpo cuidadosamente, levando um pouco mais de uma hora até chegar as suas conclusões. No corpo da senhora Manastarla ele notou arranhões nos braços e nas pernas, além de um machucado na nuca, onde o sangue já havia secado. Na pequena Ana, o homem pode notar marcas das mãos do garoto em seu pequeno e delicado pescoço. Os irmãos Branzan tinham feridas por todo o corpo, como se tivessem lutado, mas o primeiro estava com a garganta cortada e o segundo tinha um rombo enorme no estômago.
O homem aproximou-se do senhor Raugust e lhe apresentou as evidências:
- A velha foi assassinada enquanto contava-lhe uma história de ninar, ou estava dando-lhe as costas – o senhor Raugust assentiu e o homem continuou: - A garota foi enforcada enquanto dormia e os irmãos foram assassinados enquanto brincavam com ele. Não sei ao certo. Talvez tenham lutado pela vida e provavelmente sofreram muito antes de morrer!
O senhor Raugust cobriu a face com as mãos, recostando-se sobre a parede, as pernas trêmulas, um choro discreto e um desespero maior aparente. O homem já havia visto cenas assim em outras missões, mas em todas elas sentia um aperto no coração, uma tristeza tão grande, uma melancolia tão profunda que não saberia descrever. O clérigo Dimitri Adamov fazia parte da Ordem dos Senhores dos Céus, uma seita de clérigos e sacerdotes que passavam a vida confrontando demônios e espíritos malignos, exorcizando-os sem a aprovação do Papado. Todos os homens da seita viviam confinados num monastério isolado da região, porém de conhecimento público e acesso fácil. Eles praticavam um estilo peculiar de exorcismo, não praticado por nenhuma outra religião ou seita. Dimitri já havia realizado sete exorcismos em sua vida e, em cada um deles enfrentou situações diversas e confrontou espíritos menores. Sempre foi vitorioso em cada uma de suas missões! No entanto, o caso ao qual se deparava, era completamente diferente dos que já tinha visto. A crueldade e astúcia eram tamanhas, que ele temia a criatura que possuía o jovem antes mesmo de vê-la.
Dimitri havia pedido ao pai do jovem que o levasse até o quarto. Antes de entrar, parou defronte a porta e iniciou uma oração, com a mão direita sobre o ombro do senhor Raugust e a esquerda segurando o crucifixo, seus fortes dedos passavam aleatoriamente pela forma mítica do objeto de bronze. Ele abriu a porta e adentrou o quarto, deparando-se com o medo em suas mais altas circunstâncias. Jacob Raugust, o garoto possuído, estava com os punhos e tornozelos presos com correntes na cama. Sua tez estava podre, machucada e fétida. Os lábios estavam cortados, alguns dentes estavam quebrados e ele babava um pouco uma gosma esverdeada. Sua cabeça tremia de tempos em tempos e inclinava-se para a esquerda, chegando ao ponto de encostar a orelha no ombro. Seus olhos macabros e penetrantes fitavam os do clérigo. Francis, o irmão caçula, dormia tranqüilamente na cama ao lado.
O senhor Raugust, ao perceber a agitação da esposa vindo em direção ao quarto, tranca à porta e recosta-se sobre ela, jogando todo o seu corpo, como se quisesse segurá-la e impedir que uma força maternal a atravessasse, ainda que soubesse que a senhora Raugust era magra e frágil, sendo incapaz de quebrar uma porta. De qualquer forma, o pai dos garotos apenas queria permitir ao clérigo que este fizesse seu trabalho em paz, sem interrupções.
Primeiro Dimitri se aproximou de Francis. O garoto deveria ter entre nove ou dez anos e possuía uma face angelical. O clérigo pode notar que ao redor do pequeno Francis uma aura de paz predominava. Era como se nada estivesse ocorrendo naquela casa, era como se ninguém tivesse morrido, era como se ele não tivesse presenciado nada. Isso surpreendeu e aquietou o coração do clérigo, que retirou de sua bolsa de lona um minúsculo frasco de vidro contendo uma água bentificada, na qual os clérigos e sacerdotes da Ordem dos Senhores dos Céus acreditavam possuir uma proteção divina. Ele derramou a água ao redor e sobre o corpo de Francis, que em sua crença, era como se estivesse fazendo algum tipo de “círculo de proteção divinal”. Em seguida retirou um ramo de sapindácea e colocou sobre o peito do garoto. Em seguida orou:

Gloria Patri et Filio et Spiritui Sancto.
Sicut erat in principio et nunc et semper,
et in saecula saeculorum. Amen.

Todas as orações feitas pelos membros da Ordem dos Senhores dos Céus eram realizadas em latim, a qual eles acreditavam ser uma “língua poderosa”. O clérigo ia repetir a oração mais duas vezes para reforçar a proteção, mas logo foi interrompido por uma voz sinistra e gutural:
- Dimitri?
O clérigo apavorou-se. A entidade havia descoberto seu primeiro nome e isso, para um Exorcista, era de uma periculosidade enorme, pois os demônios ou espíritos malignos poderiam dominá-lo caso descobrissem o nome completo e o seu passado. Antes que a entidade o indagasse mais, o clérigo virou-se e se dirigiu até a cama do possuído. Ele pode ver que Jacob não era nada mais do que um pré-adolescente e não tinha mais do que quatorze anos de idade. O jovem mantinha seus olhos fixos ao do clérigo, enquanto sua língua passava lentamente entre os lábios entrecortados e a baba esverdeada escorria.
A aflição de Dimitri só aumentou quando o senhor Raugust começou a soluçar de pavor. Sua esposa continuava a gritar do corredor, batendo com fúria sobre a porta. Repentinamente, o possuído tentou dar saltos no colchão, estremecendo a cama e fazendo com que as correntes tilintassem. Sua cabeça tremia com mais intensidade, os dentes rangiam e seus olhos viravam. Ele fazia uma força enorme para tentar se soltar. O clérigo tentou se acalmar e ajoelhou ao lado da cama, próximo ao rosto de Jacob. Retirou mais uma vez seu crucifixo de bronze e o segurou com a mão esquerda. Com a mão direita ele retirou outro frasco com água bentificada e jogou pela tez do possuído, em seguida, iniciou o exorcismo:
In nomine Patris, et Filii, et Spiritus Sancti. Amen.

Pater noster, qui es in caelis:
sanctificétur nomen tuum;
advéniat regnum tuum;
fiat volúntas tua, sicut in caelo, et in terra.
Panem nostrum cotidiánum da nobis hódie;
et dimítte nobis débita nostra,
sicut et nos dimíttimus debitóribus nostris;
et ne nos indúcas in tentatiónem;

sed líbera nos a malo. Amen.

In nomine Iesu Christi Dei et Domini nostri, intercedente immaculata Vergine Dei Genetrice Maria, beato Michaele Archangelo, beatis Apostolis Petro et Paulo et omnibus Sanctis, et sacra ministerii nostri auctoritate confisi, ad infestationes diabolicae fraudis repellendas securi aggredimur.

Durante o exorcismo, Dimitri balançava seu crucifixo defronte aos olhos do possuído. Ele repetiu o ritual por mais seis vezes, até que então, aconteceu.
Pela vidraça da janela, o clérigo pode ver o céu escurecer, ganhando um tom rubro-enegrecido, uma forte tempestade se iniciar e o som espectral da chuva de relâmpagos. Seu coração palpitava a ponto dele temer um infarto. Suas palmas suavam e seus pensamentos se confundiam em fluxos mentais distorcidos. Ele notou que pela primeira vez em anos, aquela era a primeira missão que lhe dava medo e insegurança. O possuído solta um espirro e com isso o ar começa a exalar a enxofre, dominando todo o quarto. Segundos depois se inicia um tremor na casa que só terminaria ao fim do exorcismo. O vendaval no campo criava zumbidos apavorantes aos ouvidos do clérigo, como se um espírito infernal murmurasse sobre seus ombros um cântico satânico.
Passados alguns minutos, Dimitri se recobrou.
- Dimitri? – disse o possuído. – Eu conheço o seu passado!
O clérigo sabia que era estritamente proibido conversar com entidades possessivas, pois estas poderiam lhe dominar. No entanto, alguns anos atrás, ele havia conhecido um renomado sacerdote que lhe deu conselhos valiosos, que naquele momento ele pretendia praticar. Dimitri sabia que, se descobrisse o nome completo da criatura que confrontava, ele poderia dominá-la, antes que essa o fizesse. Era um grande risco, ele também sabia, pois para isso ele tinha de iniciar um diálogo com a entidade. Depois de hesitar por alguns segundos perante aquela situação tenebrosa, o clérigo finalmente tomou sua decisão.
- Revele-me seu nome, espírito das trevas! – ordenou Dimitri.
- Espíritos estão sob as minhas ordens! – retrucou o possuído.
- Revele-me seu nome, demônio! – tornou a ordenar.
- Eu sou o Grão-Duque! – em seguida o possuído sorri, mostrando sua arcada dentária maligna. – O mais importante e poderoso da região Sul do Inferno!
- Revele-me seu nome, demônio! – repetiu Dimitri.
- Eu sou o anjo caído coroado! Eu sou aquele que domina o dragão e a serpente!
- Revele-me seu nome, demônio!
- Eu sou aquele que tentou o sábio Salomão ao pecado e o levou a decadência! Eu sou aquele que sussurrou a traição nos ouvidos de Judas! Eu sou aquele que mostrou a morte a Caim!
O pavor tomou por completo o corpo e a mente do clérigo. Porém, ele mantinha uma postura falsa de segurança. Dimitri sabia estar lidando com uma entidade superior. Ele jamais em sua vida havia confrontado uma criatura como aquela, de hierarquia elevada. Dimitri temia pela vida de Jacob, pela vida de Francis, pela vida do senhor e senhora Raugust. Dimitri temia por sua própria vida. O clérigo resolveu indagar o possuído:
- Você é Lúcifer?
- Lúcifer é o Senhor dos Ares e do Leste! Eu não sou Lúcifer!
- Você é Leviatã?
- Leviatã é o Senhor das Águas e do Oeste! Eu não sou Leviatã!
- Você é Belial?
- Belial é o Senhor da Terra e do Norte! Eu não sou Belial!
- Você é Legião?
- Legião é meu Criado fiel! Eu não sou Legião!
- Você é Valafar?
- Valafar foi destruído pelas minhas Chamas! Eu não sou Valafar!
Dimitri chegou à conclusão de que jamais descobriria o real nome da criatura. O velho casebre balançava ao forte vento demoníaco que ocorria por fora e logo desabaria sobre suas cabeças. Foi naquele momento que o clérigo resolveu fazer seu último ato:

In nomine Patris, et Filii, et Spiritus Sancti. Amen.

In nomine Iesu Christi Dei et Domini nostri, intercedente immaculata Vergine Dei Genetrice Maria, beato Michaele Archangelo, beatis Apostolis Petro et Paulo et omnibus Sanctis, et sacra ministerii nostri auctoritate confisi, ad infestationes diabolicae fraudis repellendas securi aggredimur.

O possuído consegue arrebentar a corrente que prendia seu braço direito e agarra o pescoço do clérigo, sufocando-o aos poucos. A força que o jovem havia ganho com a presença corpórea da entidade era sobrehumana. Dimitri olhou fixamente nos olhos de Jacob e pode ver o ano, a hora e como morreria no futuro. No entanto, ele sabia que aquele não era o momento de sua morte e continuou suas orações em latim. O possuído começa a forçar o braço esquerdo para livrar-se, mas o pai do garoto postou-se sobre o seu corpo, tentando impedí-lo.
- Dimitri Adamov! – trovejou a entidade.
- Você não tem poder sobre mim, demônio! – retrucou o clérigo, corajosamente, sabendo que a criatura havia descoberto seu nome completo e poderia dominá-lo.
- Sua alma me pertence, Dimitri Adamov!
Naquele instante, o senhor Raugust conseguiu retirar os punhos de seu filho do pescoço do clérigo. Dimitri repetiu mais uma vez a oração, depois enrolou seu crucifixo de bronze em sua mão esquerda e beijou a testa de Jacob, onde permaneceu por alguns segundos. A senhora Raugust gritava desesperada fora do quarto, batendo com as poucas forças que tinha contra a porta. O possuído consegue arrebentar a corrente do braço esquerdo, escapando do domínio de seu pai, que num movimento ágil de Jacob é atingido fortemente com a corrente sobre o peito e jogado contra a vidraça da janela, morrendo na hora! Com outro movimento veloz, o possuído agarra a gola da túnica do clérigo e joga-o contra a parede, do outro lado do quarto! Atordoado pelo impacto e depois a queda, Dimitri pode ver uma cena ao qual jamais esqueceria em vida: uma sombra saía vagarosamente do corpo de Jacob e planava acima da cama, onde o corpo desfalecido do garoto caía. A sombra possuía olhos de um amarelo nítido, com pupilas que lembravam as de um ofídio e tinha quase dois metros de altura. Os cabelos da criatura eram como serpentes vivas e ferozes, existiam dezenas delas. Nos punhos da sombra ele pode ver garras letais, que moviam os dedos como se há séculos não as usasse. A criatura o fitava, como se pudesse ler a sua alma. Dimitri não conseguiu ver outros detalhes daquele ser espectral e logo desmaiou.
O clérigo acorda no mesmo lugar onde havia caído e descobre ter se passado mais de seis horas. A senhora Raugust e mais um homem alto e magro, que depois ele descobriu ser o irmão desta – senhor Mandoju, pai da falecida Ana –, já tinham adentrado o quarto, a porta ao lado estava arrebentada e aos pedaços. Dimitri supôs que provavelmente foi o irmão dela quem havia feito tal arrombamento. A senhora Raugust chorava sobre o corpo morto do marido, enquanto que o senhor Mandoju indagava o clérigo sobre o que havia ocorrido durante a sessão de exorcismo. Minutos depois a mãe dos garotos se juntou a eles.
Dimitri Adamov não revelou em detalhes todos os acontecimentos do exorcismo de Jacob, pois era confidencial. No entanto lhes contou algumas situações e fenômenos que havia presenciado. Outros fatos ele preferiu omitir. O senhor Mandoju curou os ferimentos do clérigo e depois o abraçou em agradecimento, pois o jovem possuído não estava mais sob o domínio da entidade e agora se encontrava na cama vivo, porém enfermo ¹. A senhora Raugust fez-lhe o pagamento que depois Dimitri depositaria nos cofres sagrados do monastério.
O clérigo partiu com seu cavalo num tempo amenizado ao cair da madrugada. O cheiro da morte e o ambiente fúnebre abandonavam aquele casebre aos poucos. A dor e tristeza em seu coração, porém, jamais cessariam. Junto com ele caminhavam seus pensamentos: um era a curiosidade, o outro uma omissão. A curiosidade que permeava sua mente era o fato de Francis ter sido poupado dos ataques assassinos do possuído. Na sua concepção nada fazia sentido, nada se encaixava. Por que justamente um garoto frágil e tão próximo do irmão não fora atacado?
O seu outro incômodo era ele ter omitido da senhora Raugust o fato de que Jacob não havia sido, exatamente, salvo da possessão. Na verdade, o exorcismo de Jacob Raugust havia sido um fracasso. A missão de Dimitri havia sido um fracasso. O clérigo não havia destruído o poderoso demônio que habitava o corpo do jovem. Ele o havia libertado!
1. Meses mais tarde Dimitri descobre que Jacob havia morrido por não conseguir curar-se da forte febre que dominou seu corpo após a possessão e sua mãe viria a falecer duas semanas depois, mas o obituário não soube dizer a causa mortis, que desconfiaram provir da loucura que havia tomado à senhora Raugust. Então Francis foi morar num condado próximo com seus tios, o senhor e a senhora Mandoju, que se tornaram seus responsáveis por lei.

Intróito

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Fiquem de olho neste blog, porque será por aqui que postarei os trechos e capítulos da Versão Final de NECRÓPOLIS ®!

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