domingo, 26 de agosto de 2007

Slide de NECRÓPOLIS

Clique no link do slide para assistir em tela cheia.
Depois que o site se abrir, clique em "tela original" e veja toda montagem feita.


http://www.slide.com/r/staUjY5H2D_w2OYxDC_jWdCK6d2oq-X7?previous_view=TICKER&previous_action=TICKER_ITEM_CLICK&ciid=648518346409713478

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Histórico interessante sobre a Licantropia



Um dos motivos da licantropia no Ocidente estar ligada quase sempre à imagem do lobo reside no fato deste ser o predador mais comum e mais temido na Europa. Como a cultura do Novo Mundo baseou-se em sua maior parte, na cultura européia, a mitologia da mesma foi em grande parte absorvida. A América do Norte ainda teve uma influência maior da figura do lobo, pois lá também existem lobos (o lobo-guará brasileiro não é lobo, mas um tipo de raposa muito grande, cientificamente falando). A própria cultura dos índios norte-americanos tinha os lobos em suas mitologias; fosse como espíritos guardiões (os totens), fosse como monstros devoradores de carne humana (Wendigo), ou mesmo um homem que virava lobo para percorrer grandes distâncias em corrida (o ‘Troca-Peles”).

Acredita-se que os lobos e os homens se enfrentem desde a pré-história. Ironicamente, foi durante esta mesma época (mais precisamente a cerca de 20.000 anos) que o homem domesticou os primeiros animais selvagens, que por sinal foram os lobos, e que mais tarde daria origem aos cães. Aliás, a semelhança genética entre as duas espécies é tamanha que alguns zoólogos sugerem reclassificá-los como uma mesma espécie. Há relatos confiáveis de culturas antigas, como os gregos e os vikings, de alcatéias que atacavam e devoravam pessoas, principalmente crianças e indivíduos muito velhos ou debilitados. Relatórios de guerras e caçadas ocorridas por toda a Europa dentre os séculos XV a XVIII descrevem ataques de lobos a indivíduos solitários ou pequenos grupos de viajantes, especialmente durante invernos rigorosos. Tudo isso fez com que muitos pesquisadores, como o psicólogo junguiano Robert Eisler, desenvolvessem a teoria de uma “memória ancestral” da humanidade com relação à figura do lobo (desde a Idade da Pedra), o que explicaria o temor e paradoxal fascínio que a mesma exerce.

Os lobos de hoje em dia descendem de gerações que aprenderam a temer as armas de fogo que surgiram mais tarde e por isso passaram a evitar os seres humanos, que já não são mais presas tão fáceis quanto eram para os seus ancestrais, nos primórdios da civilização.
Talvez o mais interessante seja o fato de que a figura do lobisomem como um monstro bípede e híbrido seja algo relativamente recente. O termo werewolve (o prefixo wer é de origem teutônica) foi designado originalmente para se referir aos lobos que se alimentavam de carne humana. Os países de língua francesa cunharam o termo loup-garou para se referir aos mesmos animais. Provavelmente, a primeira referência a um homem que se transformou em lobo está na mitologia grega: quando Zeus, enfurecido com o criado imortal Licaon por ter servido carne humana aos deuses do Olimpo, o transformou em lobo e assim o manteve por nove anos. A mais antiga referência literária ocidental a um homem que virava lobo também vem da Grécia Antiga (Satyricon, século I DC). A figura do híbrido homem-lobo só começou a aparecer na cultura européia por volta do século XI.

A figura do lobo como principal licantropo só está presente na Europa e nas terras por ela colonizada. Em outras partes do mundo o mito de pessoas que se transforma em animais ou em seres híbridos de animais está relacionado a outras espécies, embora quase sempre grandes predadores. Felinos, ursos e pássaros estão entre os mais comuns ao redor do mundo, especialmente no Oriente. Os antigos polinésios acreditavam em homens que se transformavam em tubarões. Na África, além dos felinos, aparecem hienas e crocodilos. E no Brasil temos vários tipos diferentes, ainda que hoje estejam restritos quase que só aos povos nativos, como os homens-jacarés e “o boto” (o macho se transformaria em homem para seduzir mulheres e a fêmea – bem menos relatada - em mulher para seduzir homens).



PS: os lycantropos são apenas citados no primeiro volume de NP. no segundo romance, aguardem por um destaque e tanto!
Fui